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 Autogestão: entenda o que é, benefícios e exemplos

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Sumário

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Encontrar métodos mais eficientes para organizar equipes e processos é um dos objetivos de grande parte das organizações atualmente. Modelos de gestão com estruturas rígidas e hierarquias tradicionais, muitas vezes não conseguem acompanhar a agilidade e a inovação necessárias para se destacar no mercado.

Surge então, a necessidade de explorar abordagens que proporcionem maior flexibilidade e autonomia aos colaboradores. Este é o caso de um modelo cada vez mais comum nas empresas modernas: a autogestão.

Implementar um novo modelo de gestão pode ser determinante para a sobrevivência e o crescimento saudável dos negócios. A autogestão é um tópico especialmente relevante quando falamos na construção de um ambiente que valoriza rapidez nas decisões e capacidade de adaptação.

Neste artigo, vamos explorar mais sobre esse modelo de gestão que tem se mostrado extremamente eficaz para empresas que buscam maior colaboração e competitividade. Acompanhe e descubra mais sobre a autogestão.

Afinal, o que significa autogestão?

Podemos afirmar que a autogestão é um modelo organizacional no qual a tomada de decisões é distribuída de maneira mais equitativa entre os membros da equipe, promovendo uma cultura corporativa mais horizontal. 

Em vez de centralizar o poder nas mãos de poucos gestores, a autogestão valoriza a autonomia e a participação ativa de todos os colaboradores. Isso significa dizer que toda a empresa participa de forma mais colaborativa na condução dos processos e na resolução de problemas. 

O modelo de autogestão redefine o papel dos líderes como facilitadores e coordenadores, em vez de figuras autoritárias que controlam todas as ações.

Desmistificando a autogestão

Existem várias concepções equivocadas sobre a autogestão que podem impedir sua adoção. Esclarecemos sobre alguns desses tópicos a seguir:

Como fica o papel das lideranças com o modelo de autogestão?

Um dos principais equívocos é a crença de que a autogestão elimina completamente a necessidade de líderes, o que não é verdade. 

Na realidade, os líderes continuam desempenhando um papel crucial, mas suas funções mudam. Em vez de comandar e controlar, eles facilitam, orientam e suportam as equipes, ajudando a estabelecer normas e metas claras.

Vou perder agilidade na tomada de decisão com a autogestão?

Outro mito comum é que a autogestão leva a um processo de tomada de decisão mais lento. Pelo contrário, a autonomia dos colaboradores permite que as decisões sejam tomadas mais rapidamente. 

Sem a necessidade de esperar por aprovação de superiores temos uma aceleração considerável no fluxo de trabalho e melhorias na eficiência.

Como vou estabelecer regras com a autogestão?

A ausência de uma hierarquia rígida não significa falta de estrutura. Na autogestão, as regras e diretrizes são claramente definidas para garantir que todos saibam seus limites e responsabilidades. Isso cria um ambiente de trabalho organizado e eficiente, onde todos têm liberdade para agir dentro de parâmetros estabelecidos.

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Benefícios da Autogestão

Adotar a autogestão traz diversos benefícios que podem transformar a dinâmica interna das empresas:

Promoção da liderança nos times

A autogestão incentiva a liderança distribuída, onde todos têm a oportunidade de liderar em suas áreas de competência. Isso contribui com o desenvolvimento de habilidades de liderança em todos os níveis da organização.

Democratização dos processos

Com a autogestão, as decisões são tomadas de forma mais democrática, envolvendo a participação ativa de todos os membros da equipe. Isso promove um senso de propriedade e responsabilidade compartilhada.

Aproximação entre líderes e liderados

A redução das barreiras hierárquicas aproxima líderes e liderados, criando um ambiente de trabalho mais colaborativo e comunicativo. A confiança e o respeito mútuo são fortalecidos.

Desenvolvimento de metas individuais junto das coletivas

A autogestão permite que os colaboradores definam e persigam suas próprias metas dentro dos objetivos da empresa, aumentando a motivação e o engajamento.

Agilidade nas tomadas de decisões

Com a autonomia para tomar decisões, as equipes podem responder rapidamente às mudanças e desafios, mantendo a empresa ágil e competitiva.

Estímulo ao trabalho em equipe

A autogestão reforça o trabalho em equipe e a cooperação, incentivando os colaboradores a ajudarem uns aos outros e a compartilharem conhecimentos e recursos.

Uso de novas tecnologias e ferramentas de gestão

Ferramentas digitais são frequentemente utilizadas para apoiar a autogestão, facilitando a comunicação, o planejamento e o acompanhamento das tarefas. Esses softwares ajudam a manter a organização e a transparência nas atividades.

Exemplos práticos de autogestão

Para ilustrar como a autogestão pode ser implementada em diferentes contextos empresariais, vamos explorar três modelos estruturais identificados por Frederic Laloux em seu livro “Reinventando as Organizações”. Esses modelos oferecem diferentes abordagens para a distribuição de responsabilidades e a promoção da autonomia entre os colaboradores.

1. Times autônomos paralelos

Esse modelo é caracterizado pela divisão de uma empresa em várias equipes independentes, cada uma com autonomia para gerir suas próprias atividades. Um exemplo notável é a Buurtzorg Nederland, uma empresa holandesa de cuidados domiciliares. 

A Buurtzorg reorganizou sua estrutura tradicional em pequenas equipes autônomas de 12 enfermeiros, cada uma responsável por até 60 pacientes. Essas equipes têm total autonomia para planejar e gerenciar os cuidados, o que inclui desde o agendamento de visitas até a administração dos tratamentos. 

A implementação de tecnologias de agendamento eficazes permitiu uma redução significativa na necessidade de suporte administrativo, liberando mais recursos para o atendimento direto aos pacientes.

Outro exemplo deste modelo pode ser encontrado em empresas de mídia, onde as equipes de redação e editoração trabalham de forma independente. Cada equipe segue critérios e regras previamente estabelecidos, mas tem a liberdade de tomar decisões e executar suas atividades de maneira autônoma. Isso permite maior flexibilidade e rapidez na produção de conteúdos.

2. Rede de acordos individuais

A Morning Star, uma empresa americana de processamento de tomates, oferece um exemplo fascinante deste modelo. Desde 1990, a Morning Star opera sem lideranças tradicionais. Em vez disso, a empresa funciona com uma rede de acordos entre os colaboradores, que assumem a responsabilidade por todas as etapas do processo produtivo, desde o plantio até a distribuição. 

Cada funcionário é gestor de seu próprio contrato e tem a autonomia para tomar decisões que tradicionalmente caberiam a um supervisor ou gerente. Neste ambiente, os colaboradores estabelecem suas próprias responsabilidades, regras e metas. 

Essa estrutura não só elimina a hierarquia tradicional, mas também promove um senso de propriedade e responsabilidade individual. Os resultados são uma maior flexibilidade e uma capacidade de resposta mais rápida às necessidades do mercado, além de uma motivação elevada entre os funcionários.

3. Círculos alinhados

O modelo de círculos alinhados é uma estrutura flexível e robusta ideal para empresas com processos complexos. Este modelo organiza a empresa em círculos, cada um subdividido em papéis e responsabilidades específicas. Os círculos funcionam de maneira autônoma, mas alinhados com os objetivos globais da organização. 

Um exemplo notável de aplicação desse modelo é a Zappos, uma empresa conhecida por sua abordagem inovadora de gestão. Na Zappos, a hierarquia tradicional de cargos é substituída por uma estrutura de papéis e responsabilidades

Isso significa que a importância é dada às atividades e ao trabalho realizado, e não aos títulos dos cargos. Cada círculo é responsável por um aspecto específico do negócio, e os colaboradores dentro desses círculos têm a liberdade de tomar decisões e executar tarefas sem a necessidade de aprovação de superiores. 

Esse modelo promove uma colaboração eficiente e uma comunicação clara entre os diferentes níveis da organização, resultando em maior agilidade e inovação.

Conclusão

Exemplos como esses demonstram como a autogestão pode ser adaptada a diferentes tipos de negócios, independente do mercado ou da estrutura. A chave para o sucesso na autogestão é criar um ambiente onde os colaboradores se sintam empoderados para tomar decisões e agir de acordo com as diretrizes e metas estabelecidas. 

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Sobre o autor

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Ana Débora

Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialista em Gestão de Pessoas e Marketing. Atua na Unidade de Soluções e Relacionamento e é gestora das Mídias Sociais do Sebrae/RN.